quinta-feira, 7 de maio de 2009

Por que os empresários na crise fecham os olhos para o cliente?

O que acontece com as grandes empresas que enxergam seus resultados despencarem com a crise, e não fazem nada?
Estava pensando nisso essa semana e cheguei a algumas conclusões:
As grandes lojas de varejo, roupas, móveis, supermercados,em geral estão mantendo os preços com a mesma margem de lucros A.C (antes da crise), porque continuam mantendo os mesmos gastos, mas em todo o comércio esta margem é altissima e nós consumidores como queremos comprar, não sabemos realmente qual o valor do produto, serviço consumido.
Na edição da Veja de 29 de abril, nas páginas amarelas, entrevistaram o empresário Abilio Diniz, dono do grupo Pão de açúcar, e falando justamente da crise.Para o grupo segundo o próprio dono,esse período de crise ao contrário do que se imaginava foi de 10% de crescimento, quando a maioria das empresas vai descendo de forma acelerada.
E o segredo segundo ele não é nada mirabolante e se resume a uma simples palavrinha que chama muita atenção do consumidor: PROMOÇÃO.
Basta os empresários abrirem os olhos para este detalhe e quem sabe até emplacariam nas vendas.
Não adianta apenas liquidações, estas remetem o consumidor a queima de estoque, troca de coleção etc; Enquanto poderiam fazer promoções de produtos novos, distribuição de brindes, o famoso Pague 1 e leve 2, mas o empresário permanece na bolha.
E ficar na bolha significa não abrir os olhos para o que está acontecendo no mercado, as pessoas estão pensando antes de gastar, estão ponderando e dando relevância ao produto/serviço que irão consumir o seu dinheiro.
Vale a pena arriscar?
Acho que sim, melhor perder um pouco na margem de lucro de certos produtos e aumentar o rotatividade de estoques, seja negociando com novos fornecedores, buscando um preço diferenciado para ficar competitivo no mercado e chamar a atenção de quem efetivamente compra.
Outro detalhe importante e que é fator decisivo no ato de bater o martelo: CONDIÇÃO DE PAGAMENTO, o que adianta oferecer um bom produto, um ótimo atendimento se na hora de pagar o consumidor se vê num beco sem saída. Muitas lojas que antes parcelavam em 10x no cartão sem juros, agora diminuem suas condições para 7x, 5x, ou seja se em
10x sem juros já está dificil de convencer dependendo do valor da compra, imagina em 5x?
O comprador pode optar por juros, mas em época de crise só a palavra JUROS, ACRÉSCIMO, já distancia o cliente da mercadoria.
O consumidor em tempos de crise , pesquisa mais, escolhe a melhor forma de pagamento e ainda quer um desconto ou brinde, quem ganha com isso são as marcas "B" (se é que existe isso), mas em geral as marcas que não são tão famosas acabam vendo a crise como um período para aparecerem "serem vistas" e a escolha pelo mais barato é sempre a solução.
Em tempos que a maioria das revistas, sites, jornais, especializados em gestão empresarial focam como tema a COMUNICAÇÃO dentro das empresas, os presidentes, gerentes, e alto escalões estão cada vez mais distante de quem faz o negócio andar:
OS CLIENTES, COLABORADORES, FORNECEDORES, DISTRIBUIDORES, e se por um lado estas revistas (uso de exemplo a última edição da VOCÊ SA de Maio), estão tão preocupadas em mostrar o fator comunicação nas gerências em geral, o que vejo é que falta Comunicação, falta planejamento, faltam estratégias de marketing, e o que é visto como prioridade é o gasto, o corte de funcionários, a diminuição de opções de pagamento, e a falta de relação cliente X empresa.
Enquanto os grandes executivos forem somente economistas e administradores será difícil a comunicação em geral existir, o que esquecem é o cliente e só pensam no seus gastos e metas que geralmente não são atingidas.
Concluindo: PROMOÇÃO, CONDIÇÃO DE PAGAMENTO, NOVAS MARCAS, NOVOS FORNECEDORES, segredos para continuar na queda de braço com a crise sem perder forças.

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