quarta-feira, 29 de abril de 2009

3 minutos de comercial no horário nobre

Este foi um comercial de lançamento da revista ÉPOCA que quando idealizada, tinha por objetivo atingir um consumidor rico, culto, usaram 3 minutos do horário nobre o que deve ter custado nada mais nada menos que uns dois milhões de reais (se fosse hoje). O problema neste caso é que não pensaram num detalhe, existia a VEJA. Embora tenha sido campeão de diversos prêmios de publicidade e propaganda o planejamento se visto pelo lado do marketing não foi lá dos melhores, tanto que os comerciais posteriores ficaram simples e na casa dos trinta segundos.

A SEMANA


PS: O comercial foi excelente , mas atraiu mais aplausos do que venda de revistas.

A desconstrução da TV na era da internet

Atualmente a televisão brasileira passa por mudanças, a rede globo eterna campeã de audiência a cada dia faz malabarismos para tentar se manter na liderança.
Mas o que está acontecendo? As outras emissoras teriam descoberto uma fórmula para desbancar a número 1?
Se analisarmos a Rede record por exemplo podemos ver que os programas estão a cada dia mais aproximados, o Fantástico sempre foi um bom programa, mas de um ano pra cá tem despencado no ibope, as reportagens estão ficando cada vez mais curtas, a informação vem sendo progressivamente reduzida, podemos linkar este fato ao perfil da população em geral?
Com a internet podemos ler a noticia no ato, quase simultaneamente, aconteceu? Tá no ar. E o jornalismo televisivo acaba diminuindo o seu tempo de reportagem talvez pelo fato de que as noticias que estão transmitindo já tenham sido saturados por meios on line ou impressos, mas reduzir a informação diminui a grandiosidade do veiculo transmissor da mensagem, porque ler num portal, ou no jornal, é superficial comparado a uma reportagem que envolve cobertura na rua, com entrevistas, filmagens, a imagem juntamente ao discurso supera o escrito de um site noticioso.
A record repensou a forma de fazer novelas e esta aí incomodando a globo, seriados policiais, programas de reportagem no estilo do globo repórter, Fantástico, uma imita a outra, mas no caso atual, a record imita um padrão mais antigo da globo, enquanto a globo tenta mudar transformando seus programas em "revistas eletrônicas" a concorrente imita seu passado não muito distante e se destaca.
Essa corrida para manter-se contextualizada ao mundo contemporâneo, parece estar desvirtuando a forma de fazer jornalismo na TV, não acho que fazer um programa que parece um site televisivo seja inteligente, afinal cada um no seu veiculo,esta era digital, hipermidíatica nos trás consequências refletidas nos programas de TV e resultam numa desconstrução da televisão para uma inter relação entre o virtual e o televisionado, o que de certa forma vai dia a dia chegando ao objetivo final: A era da interatividade, posso parecer "cabeça dura" em relação as mudanças , mais até a TV chegar no patamar onde se pretende (atingindo a grande massa) vamos assistindo essas experiências televisivas.
Enquanto uns imitam, outros inventam...

Com licença pode me fazer uma gentileza II

Hoje depois de um dia de trabalho, fui numa lanchonete próxima do shopping para comer um lanche. Bom o título do post é sugestivo e resolvi seguir com este título toda vez que algum maluco(a) se atravessar no meu rotineiro dia a dia.
Estou eu lá sentado, esperando minha namorada, quando do nada surge o cara.
_Com licença alemão, pode me arrumar um cigarro?
_ (eu pensando, ta loko o cigarro a cada dia mais caro e um monte de fila crivo), tudo bem pega aí , é barato, não tem imposto, nem faz mal a saúde mesmo (dramas a parte), bom ao invés do amigo "girar de banda" ou seguir o seu caminho me deixando em paz, ele pergunta:
_Tu curte RAP?
EU:
_Não...
O LOKO:
_tu é da quebrada?
_EU NOVAMENTE:
_Ñão...
lOKO
_Então saca só o Rap da minha banda:
BLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLAVBLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABLABL
O cara cantou umas três músicas no estilo Racionais MC"s , Sabotagem, sei lá não conheço nenhuma, acho que ele achou que eu devi ser de alguma gravadora, me agradeceu e disse que um dia quando ele estiver famoso eu vou lembrar das musicas, enquanto ele cantava o blablabla minha namorada chegou, (ufa!) olhei pro cara e falei:
_Com licença, preciso ir embora, boa sorte!
A música era um saco, nao lembro de nada, só do cantor que estava bebado ou drogado.
As pessoas malucas estão soltas pela rua, e eu...
DEVO TER CARA DE PSICÓLOGO
2X EM UM MÊS
O PRÓXIMO MALUCO QUE SE APROXIMAR EU VOU COBRAR CONSULTA

Para quem não entendeu o título segue este link (esclarecedor)de um antigo post com o mesmo tema.
http://estalodrops.blogspot.com/2009/03/com-licenca-voce-pode-me-fazer-uma.html

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Por que assistir filmes velhos?


Porque os filmes de terror velhos são melhores que os novos?
Essa semana assisti depois de 10 anos , denovo O bebê de Rosemary, e fiquei pensando nisso, os filmes novos tem tantos recursos gráficos e ainda assim não se comparam com Psicose, O Exorcista, A Profecia entre outros das décadas de 60 e 70.
Os antigos são mais intimistas, a posição das câmeras, o foco , por vezes parece até que usavam uma câmera só. Os roteiros também tinham um desenrolar mais sutil, neste caso mesmo de Bebê de Rosemary, o filme é complexo para quem assiste pela primeira vez, e o terror propriamente dito não está relacionado a carnificina, e sim ao suspense, as imagens soltas sem um eixo que guie ao real, em momentos Mia Farrow tem visões e o telespectador não consegue absorver se é um inconsciente ou real, isso torna o filme mais instigante, os detalhes do cenário, da iluminação, esta falta de recursos torna o mundo cinematográfico mais real, sem contar que as histórias eram baseadas em acontecimentos mais "humanamente" possíveis do que os de hoje, onde um alienigena, ou andróide são os monstros dos filmes.
O que se via eram boas histórias, com inicio, meio e fim, não precisavam nem filmar em muitos cenários, o filme todo pode se passar em um apartamento, se o roteiro for bom da de 10 x 0 em qualquer super produção.
Bom , fica a dica para quem gosta de filmes de terror: O bebê de Rosemary, 1968.
Um jovem casal se muda para um prédio antigo, onde ficam amigos de um casal de idosos, o marido de Rosemary, um ator sem sucesso resolve dar uma guinada na carreira ao aceitar um pacto sem o conhecimento da esposa. Os vizinhos na realidade bruxos, pedem a ele que deixem Rosemary ficar grávida através de um ritual da bruxaria, inconsciente ela engravida e o esposo começa a decolar na carreira, os méritos do filme começam a partir do momento em que Rosemary começa a investigar, os vizinhos, o médico e o próprio marido, surtando em busca de um refugio para ela e seu bebê.
Trailer:

sexta-feira, 24 de abril de 2009

O homem público em prol a sua vida privada

É uma piada sermos obrigados a ver a farra das passagens aéreas se tornar votação no plenário, agora ficou definitivamente claro o quanto os representantes que elegemos sabem se posicionar quando são obrigados.
O alvoroço é para liberar mais dinheiro para a educação? É para a saúde pública? Redução de impostos? Leis a favor dos brasileiros, trabalhadores?
Não!
O circo é o direito que querem continuar possuindo de viajarem com a familia, de seus estados para Brasília, mas quando a gente vota, elegemos o candidato ou a familia inteira dele?
Por acaso a esposa do deputado aparece na TV em campanha dizendo que vai nos representar?
O óbvio é a cada dia mais óbvio: Os interesses pessoais superam os públicos, eles não se elegeram para pensar no futuro do país, nas condições sub-humanas, das quais muitos brasileiros vivem, para se preocuparem em construir mais hospitais, escolas, creches, se preocupam com a futilidade da passagem da esposa, filha, sobrinho, neto, vizinho seja lá quem for, e o povo o que tem a ver com isso?

A gente paga imposto para ouvir isso?

“Eu fiz o que bem entendi. Dei passagens àqueles que me pediram”, justificou o deputado Pedro Fernandes (PTB/MA).
“Essa ideia do Michel de dizer que só o parlamentar virá do seu estado de origem para Brasília é uma piada”, afirmou o deputado Sílvio Costa (PMN-PE).

Não é possível que isso ainda vá para votação , devia ser de caráter óbvio que as passagens fossem autorizadas exclusivamente ao político e, no máximo para seu assistente que deve ser registrado e ter credencial para isso.
Os pobrezinhos se ficarem um mês fora não tem dinheiro para pagar a passagem da esposa? Como dito por um deputado que se precisasse ficar um mês fora a esposa deveria compreender.Será que eles não sabem que se um engenheiro tiver que viajar para fora e quiser levar a familia ele paga a passagem de todos, e tem reembolso apenas de uma? As familias devem ser preservadas, e aí, agora todo o trabalhador leva a família pra cima e pra baixo?
NÃO, porque as esposas também trabalham, não estão ociosas se preocupando só com o que vão comprar no shopping de Brasilia, porque se existe essa grande necessidade de levar a esposa para lá , é isso que elas devem fazer, caso contrário teriam sido as esposas eleitas.
Enquanto pagamos passagens pra este tipo de canalha e a Camara resolve tudo como convém, vai ser essa palhaçada.
Sinceramente dúvido muito que tudo seja resolvido de forma coerente e condizente com quem é o representante eleito, vai continuar o mesmo festerê, os parentes, vizinhos e papagaios continuarão viajando às nossas custas e a gente fica feito palhaço assistindo tudo, e o que é pior: PAGANDO.
A partir de agora os candidatos deverão ser candidatos família? A mulher e filhos também trabalham por nós? Se nem os eleitos trabalham, porque nós temos que aturar isso? Quem devia decidir se pode ou não dar passagem pra todo mundo é o povo, alguém me responde:
O que é democracia???

terça-feira, 21 de abril de 2009

A crise econômica, o jornalismo e o café

Nos últimos dias tenho ainda visto na Tv muito se falar de crise, afetando diversos segmentos, bancos, empresas, executivos, e até mandar embora trabalhadores mais modestos como: Vendedores, mecânicos, tercerizados de limpeza entre outros.
No programa do Jô com a mesa de debate, agora os próprios jornalistas alertam aos interessados na área de jornalismo que procurem outras áreas de interesse, pois a crise chegou nas redações e a nossa profissão está cada vez mais saturada.
Minha preocupação com isso tudo é irônica, uma vez que estou bem próximo do diploma, e também esperando sair no congresso o que nós estudantes não queríamos ouvir: A não obrigatoriedade do diploma de jornalismo. Mas fazer o quê? Chorar, cortar os pulsos, bater os pés? Não, acho que não resolve em nada o problema.
A crise é desculpa para tudo, também não podemos concordar que seja uma marolinha, já que mais de 700 mil brasileiros perderam seus empregos desde seu inicio, mas também não dá pra sair por aí dizendo que agora quem vai ganhar dinheiro são os micro empresários, ou o terceiro setor, não é porque estão demitindo jornalistas, que vou sair vendendo pastel na rua.
Em geral fica uma impressão que hoje em dia todas as profissões estão saturadas, se um jovem que vai entrar na faculdade pergunta para um médico se vale a pena fazer medicina, escuta que o mercado está dificil, se pensar em fazer direito lhe dizem que ninguém passa no exame da OAB, se querem ser administradores ouvem que é só chutar uma pedra que saem duzentos administradores, assim fica dificil saber o que fazer.
Com crise ou sem, devemos acreditar naquilo que gostamos, e com certeza o mercado vai dar uma brecha para adentrarmos, o que não dá é para só nos lamentarmos e trancar os estudos.
Se a maioria das profissões estão saturadas porque o Brasil ainda tem um indice baixo de estudantes universitários?
Qual a intenção dos profissionais desanimarem os mais jovens? Pode não ser nada pessoal, mas acaba prejudicando o desenvolvimento de cada um dentro da profissão em que acreditam ser a certa.
Demitam bastante, mas daqui a pouco as coisas se ajeitam e vão precisar contratar denovo, com licença vou beber café.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Hey vagabundo, apaga esse cigarro!


A nova lei para os fumantes esta causando discussão, acender um cigarrinho naquele boteco rotineiro daqui há alguns dias , será visto quase como acender um baseado ou um cachimbo de crack.

Sabemos que o cigarro faz mal, mas não é proibido, embora segundo pesquisas o tubinho de câncer faça mais mal até mesmo que a maconha, ou a bebida alcoolica, esta ai para qualquer um maior de dezoito anos comprar, aonde bem entender.

A nova lei é bem coerente se pensarmos em restaurantes ou lanchonetes onde não se tenha um espaço apropriado, que distancie o não fumante do cheiro do tubinho, mas generalizar no sentido de que só se pode fumar na rua, ou dentro de casa é sim um exagero.

Pense comigo, para a maioria dos fumantes, beber uma cerveja , ou um cafézinho, o cigarro é um par , é a metade da laranja, e tirar este direito dos fumantes é perder clientes, e para os não fumantes perder companhias. Não quero dizer que agora quem fuma não vai mais ter vida social, mas perai, esta sendo marginalizado como um bandido, esta sendo excluido de um universo cultural e de vários lugares onde costumava frequentar e beber sua cervejinha, jogar conversa fora e fumar seu cigarrinho.

Agora o mundo é assim, fumantes enclausurados em casa, e não fumantes livres para respirarem o ar "purissimo" de São Paulo, que de tão puro tem até medidor de poluição em vários pontos da cidade.

Pensei inevitavelmente em montar um bar chamado "Pracinha dos fumantes", onde não fumantes não entram, ou entram na condição de não reclamarem da fumaça, ou um lugar chamado "Recanto do viciado excluido", daí o lugar é feito com pilares e sem teto, ou seja, não tem teto pode fumar, e a quando fechado um tipo de telhado eletronico para fechar.

Domingo lendo a revista da Folha, na seção Barbara responde, vi uma pergunta bem curiosa, dizia assim:

"Agora com essa lei, o que acontece com o cigarrinho do depois para os casaizinhos no motel?"

Resposta: Vão ter que sair dos quartos pelados e fumar na rua.

Esta marginalização ao fumante é abusiva, ainda mais se tratando de uma cidade que possui quase 7 milhões de automóveis circulando pelas ruas, câncer de pulmão não vai ser extinto do universo sem fumantes por aí.

Enfisema pulmonar, asma, bronquite e todas as doenças relacionadas ao tabagismo, faltou senso, já que muitos bares , restaurantes e casas noturnas dispõem de espaço para fumantes e não fumantes, diga se de passagem que locais bem distintos onde as pessoas até se enxergam , mas não sentem o cheiro do cigarro, lugares democraticos, mas falar de democracia por aqui seria no minimo hipócrita.

Desce para a lei, Sobe para os preços de cigarro que essa semana aumentaram razoavelmente bastante.

Querem cobrar uma fortuna pelo cigarro para encher o governo de dinheiro, como se todos estes impostos fossem utilizados corretamente, esta aí um bom motivo para parar de fumar, não dar mais esse dinheirinho pro governo, já que não vai para a saúde pública e sim para a privada, a privada deles que estão no poder.

Cuidado parceiro fumante, agora você é um bandido, e se acender um cigarro no lugar errado pode ser tratado como um assassino ou puxador de fuminho...

domingo, 12 de abril de 2009

Vida longa ao jornal impresso

Depois de passar os últimos dias lendo e relendo no webmanário http://webmanario.wordpress.com/ sobre jornais impressos, resolvi dar uma de palpiteiro, (está certo que não consigo controlar o tamanho dos meus comentários), mas ainda assim sinto falta de dar o meu pitaco a respeito de um assunto que eu sempre gostei.
Sou estudante de jornalismo, mas acima de tudo sempre preferi ler jornais do que pensar em escreve-los, então estudos a parte, quero passar o lado leitor e fã do jornal impresso.
Desde criança via meu pai lendo o jornal, e como o de costume ficava falando mal do governo, da saúde pública, dos impostos e por aí vai o drama, chegava na gráfica, (ele era tipógrafo), o assunto do dia se prolongava entre o pessoal das máquinas, o montador de textos nas chapas, o intercalador, o cara que fazia o corte na guilhotina, o digitador da linotipo, (era o mesmo que derretia o chumbo utlizado para fazermos os tipos, letras, digamos assim), e de certa forma além de ficar obssecado pelo papel do jornal, eu gostava do contraste das letras no papel, na gráfica do meu pai não se produzia jornal, as vezes tinham clientes que pediam impressões em papel jornal, mas ressalto que não faziamos jornais , nem revistas, pois não tinhamos offset, bom a lembrança da gráfica em geral vem a somar no fato de eu gostar de jornais, porque eu vivia no meio da construção da palavra, dos textos até a arte final , o serviço pronto, concluído quentinho para ser digerido, sejam notas fiscais, rifas, cartões, carnês, ingressos e tudo o que fosse papel com texto.
Cresci acompanhando uma revolução do que seria o antigo estilo de ser um tipógrafo, até o momento onde as máquinas foram evoluindo ao ponto de virarem apenas computadores, em geral hoje em dia o processo é muito diferente, embora eu ainda veja muitas gráficas com maquinário antigo, (máquinas do tamanho de um elefante jovem), o barulho era intenso a máquina passava o rolo de tinta na chapa, puxava o papel e do outro lado saia tudo pronto e numerado.
Saía de lá, e em casa jornal, noticia, comentários, chegando na gráfica o assunto se prolongava, porque é um tal de: "Tu viu o que o presidente fez? Aprovou uma lei absurda, bla bla bla", e isso era o que fazia mover o dia das padarias, lanchonetes, escritórios, a conversa sempre foi embasada naquilo que o pessoal leu no jornal.
Na internet a gente lê muito e se informa pouco, existe excesso de comunicação sem informação, e cada um é responsável e ciente daquilo que acessa, ou seja não estamos lendo dentro de um padrão, podemos ver claro nos principais portais as mesmas noticias, mas não são iguais, eu gosto de saber o que aconteceu no mesmo dia, mas prefiro me aprofundar no dia seguinte lendo no jornal impresso, com infográficos, entrevistas, sem contar que cada jornal tenta se destacar do outro com um algo mais, pois todos vão publicar a mesma noticia, mas o interessante é a forma com que cada um aborda, e daí entra o editorial, o que cada redação pensa a respeito, qual é a ideologia do dono do jornal em relação ao assunto e uma série de particularidades do impresso, que na internet não existem, ou se existem me desculpem não vejo, não acho graça e não perco uma hora lendo.
Mas o jornal impresso, eu não preciso cada vez que quiser ler; ligar o computador , esperar entrar no site e procurar a noticia, eu vou ali pego o jornal na mesa, manuseio até a página onde está exatamente o que quero ler, se depois eu jogar fora, ou colocar na gaiola do meu papagaio, o problema é meu, mas este momento eu-jornal , é excelente, ou você responde as palavras cruzadas do jornal pela internet?
Tenho um sério problema para expressar o que penso, e o problema é escrever muito, de tudo que escrevo talvez 10% do volume textual represente aquilo que eu quis dizer, mas eu não desisto.
Vamos lá, outra discussão interessante:
Os jornais gratuitos roubam os leitores do jornal pago?
Para mim a resposta é um simples e sonoro NÃO, vou me usar de exemplo, eu não compro jornal todos os dias, e também não leio os gratuitos todos os dias, mas se eu passar em uma banca e ler na capa do jornal :
ADRIANO ABANDONA O FUTEBOL E VOLTA PARA A FAVELA.
Com certeza o jornal gratuito também vai ter uma matéria falando do Adriano, agora vamos lá comprar o jornal e correr no metrô pegar um gratuito , e abrir a mesma noticia, suponho que o gratuito terá uma foto bem grande e pouco texto, ou uma foto pequena e pouco texto, mas e o jornalão , o standard que comprei? Vai ter uma foto grande , e um volume textual grande, mais completo, mais sério e com certeza mais informativo, o que faz concluir que o tablóide gratuito tem sim a mesma noticia, porém não com a mesma qualidade, afinal a proposta do gratuito não é concorrer com os grandes.
A partir disso entra a credibilidade do jornal, a politica editorial, isso tudo não pondo em cheque o nível dos repórteres e jornalistas dos gratuitos, pois podem muito bem ser bons profissionais , mas a proposta do jornal os impedem de explorar os fatos.
Outra curiosidade: O mesmo anúncio publicitário do jornal gratuito é muito, mas muito mais caro no jornal pago, por quê?

Credibilidade.

O comprador do jornal, pode ler o gratuito mas sabe diferenciar a qualidade da informação, agora as pessoas que só usam o gratuito para se manterem informados, estes,com gratuito ou sem já não comprariam o jornal mesmo que só existissem os pagos.
Para encerrar concluo que pegar o jornal na mão, atrapalhar-se para não bagunça lo, jogar em cima da mesa e depois pegar denovo a qualquer hora, usar para acender churrasqueira, forrar gaiola, guardar aquele que tem uma capa especial, recortar aquela entrevista famosa, sei lá esse tipo de coisa a internet jamais conseguirá, e enquanto existir em nós os cinco sentidos, digo que o jornal impresso fica, não sei se com o mesmo número de funcionários, também não fiz pesquisa alguma para escrever, mas continuam e encerro com o título do post: Vida longa ao jornal impresso!






Gutemberg Linotipo (essa eu lembro bem, embora fosse mais moderninha)

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Cineasta , ator e louco


Ontem assisti um filme do Woody Allen de 1977, o que me chamou a atenção além do título "Noivo neurótico, noiva nervosa" ou "Annie Hall" , foi saber que foi considerado na época pela Time magazine um filme revelação.
Woody Allen consegue levar os personagens a um nivel máximo de pressão psicológica, neurótico, lembra sempre algum parente próximo que analisa qualquer situação do dia a dia, e retrata um romance divertido em que o foco não necessariamente é o casal felz, tipicamente americano, usa um humor inteligente que não se vê nem hoje em dia, o legal é que além das cenas do filme , ele para o script, olha em direção a câmera e explica a situação , interagindo diretamente com o telespectador, para ilustrar o que considero por humor inteligente, estava ele e a namorada na fila do cinema, enquanto um cara atrás conversava com uma mulher, falava sobre um filme que assistiu e tecia comentários hiper criticos, como ideologia do roteiro, superficialidade, comunicação falha citando até Macluhan, enquanto Allen agonizava na frente ao ouvir e dizia: "Deve ser o primeiro encontro desse cara, deve ter conhecido ela através dos classificados da critica literária", do nada o homem ouve ele falar mal dele e entra na cena dizendo que é professor de comunicação em Harvard e que domina Marshal Macluhan, nisso Woody chama Macluhan que esta ali do lado, e o mesmo fala ao professor de Harvard: "Eu estava ouvindo o que você dizia, você não entende nada das minhas teorias", então a cena fecha em Allen sozinho dizendo: "Obrigado Marshal, a vida seria mais fácil assim, não é?", me lembrou os flash back que o programa os normais faziam, ele consegue desvirtuar o quesito tempo, em cenas do presente, entrando em cenas do passado e mostrando o que conta com a cena aparecendo e ele ali no meio, confuso né?
Mas o que quero dizer é que qualquer filme do Woody Allen consegue desmistificar o padrão americano de fazer cinema e ser popular, pois em geral as pessoas gostam dos filmes, e ele sempre começa com uma lógica e quando você espera que aconteça a cena de uma maneira , acontece exatamente o contrário, citei o filme que vi não para fazer uma resenha do filme , mas para confirmar o quanto os trabalhos são admiráveis, o comum é abordado, não existe grandes emoções , e do ceticismo lunático de Allen conseguimos dar boas garagalhadas, o que me faz refletir sobre o que é o humor hoje em dia?
Ou por acaso você morre de rir assistindo o enlatado americano, ou casseta e planeta, zorra total? São programas de humor anti risos, não sou nenhum critico de cinema, mas Noivo neurótico, noiva nervosa é um filme muito bom, outro que vi recentemente é o Match point também de Allen, mas a partir de agora que vou explorar mais esta vasta produção diferente dos filmes padrões, o legal é que nao são histórias óbvias daquelas que só de ver o começo já sabemos o fim.

Ps: Devo ser um alienigena, porque em pleno ano de 2009 venho comentar um filme de 1977. Mas lançamentos geralmente não me chamam a atenção.
Ps2: Os melhores filmes da televisão aberta geralmente passam de madrugada, no intercine, corujão etc...

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Que bicho é esse?

Imagem do livro A revolução dos bichos

Acordar, escovar os dentes, tomar café, sair correndo para não perder a hora, gritar de felicidade, chorar de tristeza, comover os outros com sua história e surpeender com um corte de cabelo novo.
De qual animal estamos falando?
Somos os únicos seres que pensam e têm raciocinio lógico, temos planos, objetivos a cumprir e uma vasta lista de sonhos que somos completamente capazes de realizar. Em 1 ano aprendemos a andar, temos capacidade de assimilar gestos e imitar movimentos ainda bebês, imitamos sons, gradativamente nosso corpo toma formas, crescemos, sabemos quando alguém esta triste, quando deixamos alguém triste, quando alegramos e principalmente quando devemos ficar calados.
Os anos passam e nossa rotina nos transforma em seres mecânicos, adaptados ao nosso sistema, que se inicia de acordo com o primeiro parágrafo deste post, só que num ciclo não reparado por nós se avança e perdura por anos, quantas vezes sorrimos e cumprimentamos as pessoas da nossa convivência, quantas vezes chamamos os amigos para um passeio, ou uma conversa?
A era virtual, afasta as pessoas prendendo a nossa comunicação de uma forma quase pré histórica, não fosse a escrita para nos salvar, mas o falar, gesticular, olhar aprovando, desaprovando, estes somem do dia a dia, nos tornando invisiveis dentro de cabos ópticos que chegam em qualquer lugar do mundo, mas não somos nós, são palavras, até onde as palavras fazem o papel do viver em sociedade?
Dormir, acordar, comer e trabalhar, o tempo para ver o filho crescer acabou, o tempo para jogar futebol, para correr no parque, andar de bicicleta, abraçar, beijar , este tempo acabou, conversar com o zé da padaria, levar roupas velhas para um asilo, ou orfanato, este tempo acabou, você pode doar pela internet se for necessário e se compadecer por algo, pode conversar pelo msn, pode ver as fotos pelo orkut, ler o jornal pela tela do computador, jogar xadrez, dama, dominó, truco, poker, resolver passatempos e palavras cruzadas, mas não pode se mover da cadeira.
Acabou o tempo, o animal que pensa e possue raciocinio lógico, usou essa inteligência contra si e retroceder é impossível, mudar é impossivel, agir de forma contrária é inaceitável, nos resta seguir a tecnologia, comprar, estudar , pesquisar, sem ler um livro, comentar sobre o afilhado pelo orkut, sem ao menos apertar as bochechas, isso é normal?
Pra onde foram os campinhos de futebol de bairro? Pra onde foram os moleques que andavam de bicicleta, jogavam taco e bolita na frente de casa, cadê todo mundo? Só têm prédio e construção, crise e outdoor, politico na TV, e o Obama chamando o Lula de "o cara", cara? Cara de malandro, cara de ex operário, sem faculdade, cego dentro de sua própria sala, omisso, popular lá fora, mas e aqui? Será que ninguém percebe que as cidades grandes brasileiras não são mais brasileiras? Que os poderosos falam inglês? Que o nativo que só fala português é mão de obra nas metrópoles?
Cadê as crianças felizes correndo na chuva? Só vejo elas correndo se for pra vender bala, chiclete, carregador de celular e afins, cadê o brilho no olhar da classe média, classe baixa? Só aparece esse brilho no olhar de quem ganha o bolsa familia, auxilio educação, auxilio gás e moram naquelas cidades que 30 reais é renda?
Acordar, escovar os dentes e sair correndo para trabalhar, é isso o que nos resta... Ninguém vai pintar a cara e fazer bagunça na rua pra tirar macaco do poder, eles ficam lá pulando de galho em galho no congresso, ajudando a elite com bilhões, soltando falcatruas da prisão, enquanto a gente se vê dominado por americanos, franceses, japoneses vivendo feito eles, sem campinho de futebol, sem correr na rua, sem se ver, comprando e inovando nessa imensa hipocrisia que se tornou o ser humano.

domingo, 5 de abril de 2009

Lugar de lixo é no lixo


Ou vai dizer que você deixa o lixo pela casa? Pode ser um papelzinho, um cartão velho, uma caixa bonita (mas sem uso),tudo aquilo que não vamos mais usar, aquilo que não está mais em condições, desgastado, velho, desbotado. E além de todo o lixo material tem o lixo pessoal também, quantas pessoas você já jogou no lixo? Ou não percebeu que diariamente joga alguém no lixo?
Quantas pessoas que foram se afastando aos poucos, e quando percebemos uma velha amizade torna-se como uma relação lixo/lixeira, este tipo de lixo devemos pensar bem antes de descartarmos, porque podemos estar enganados, mas quando decidimos é porque tinhamos certeza que existia um prazo de validade, e o que faz vencer são atitudes, gestos, diferenças, indiferenças também, porque não? É um lixo mais doloroso, porque é igual jogar uma lembrança de alguém especial fora para esquecer, sofremos, mas precisamos jogar no lixo.
E junto com as pessoas, vai também a lembrança, e tudo o que lembre que aquilo um dia existiu, vão embora dias bons, dias ruins, monótonos, divertidos , dias de amigos, mas seja forte e jogue tudo no lixo, e lembre-se:

Depois que foi pro lixo , nunca mais vá buscar denovo, pois lugar de lixo é no lixo, e o que está lá , está por mérito próprio.