quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Compre sua passagem para Marte

Pesquisadores da NASA criam projeto incentivando pessoas a morar em Marte. Voluntários migrariam para Marte com passagem só de ida.
Seriam enviados junto com eles comida o suficiente para dois anos, e equipamentos agricolas para iniciar plantações em Marte.
Expectativa de vida: 10 anos, ou seja, pelo "talvez" bem da humanidade cobaias seriam enviadas a outro planeta, e se passarem mal... Boa sorte a viagem de volta custaria muito caro então o astronauta deve morrer em prol uma conquista da humanidade.
Descobrir se existe possibilidade de viver em Marte é algo incrível, mas acredito ser algo extremamente absurdo mandar para outro planeta cobaias humanas que estarão impotentes em solo desconhecido, assim como Cabral descobriu o Brasil agora o homem quer desvendar Marte.
O quenao se tem certeza é se estes homens encontrarão água, se a gravidade não os mataria, se conseguiriam viver sabendo que pelo resto de suas vidas habitariam um planeta sem vida.
Aonde chegaremos? Uma questão infinitamente sem respostas.

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

LANÇAMENTO DO LIVRO: TENHO 30, E DAÍ?


Hoje 29 de outubro de 2010, Débora Alves lança o livro Tenho 30 e daí?
O livro é uma compilação de alguns textos do seu blog criado em 2008 onde Débora conta histórias próprias e outras que aconteceram com amigas e amigos que não foram identificados, sexo, amor, paixão, arrependimento, ressacas e várias situações vividas por esta gaúcha nascida em Vacaria RS trazem uma boa leitura aos interessados.
Um diferencial do livro é que não se trata de uma história com ínicio meio e fim, são contos e poesias espalhados aleatoriamente tornando a leitura agradável.
O livro é bem humorado, discute o assunto corrente dos bares: a relação entre homens e mulheres. Ela já começa o livro atacando “Os machistas que me desculpem, mas o mundo é das mulheres”.

O lançamento ocorre hoje às 18:00hs no restaurante Carpe diem da 104 sul , Brasília.


Livro: Tenho 30 e daí?
Editora Thesaurus, 149 páginas.
Preço médio: R$ 30,00.

Ficou interessado? Deixe um comentário com o seu email e entraremos em contato.
Vistite o blog:http://tenhotrintaedai.blogspot.com/

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Isso é jornalismo?

O destaque, o furo, a disputa pela audiência transformaram os veículos de comunicação em concorrentes que acima de tudo buscam público a qualquer preço.
Casos de morte transformam-se em novelas que podem durar meses. Um exemplo é o programa do Datena que explora tragédias, expõe familiares de vítimas de forma sem sentido. Repórteres entram no ar ao vivo para mostrar uma senhora chorar desesperada sem ao menos conseguir falar.
O jornalismo transformado em show, atualmente com a convergência de mídias tudo é transmitido e nada passa em branco.Segundo Domenique Wolton, atualmente vive-se a tirania da do instante, e a solução para esta overdose de informações seria abrandar, em vez de acelerar, organizar e racionalizar, em vez de aumentar os volumes de informação, introduzir intermédios, em vez de suprimir, regulamentar.
Ainda de acordo com Wolton, os ideais tornaram-se caricaturas, existe um defasamento entre os ideais da informação e a realidade.
A entrevista de Monica Lewinsky a Barbara Walters mostra o quanto o próprio consumidor da informação quer saber sobre futilidades. Do contrário saber detalhes sobre a intimidade de Monica Lewinsky com o então presidente Bill Clinton, não teria tido tamanha repercussão.
Douglas Kelner discute a cultura das mídias e define as pessoas como as que pensam e as que não pensam. O que entende-se na questão do bombardeio de informações é que embora os veículos passem o que querem, o consumidor tem a opção de aceitar ou não aquilo que vê, ouve, lê ou assiste.
Mesmo que o consumidor de mídia tenah a opção de escolher o que consome a questão é qual o futuro do jornalismo? Por que, mesmo com muitos veículos, sejam rádios, sites, programas de televisão, todos se assemelham e tratam a informação com ângulos iguais?
Não basta a informação nua e crua, é necessário para um jornalismo do futuro uma renovação que pudesse trazer de volta a qualidade da informação, além dos fatos, análises, outros ângulos e pontos de vista.
A convergência de mídias possibilita os amadores a sentirem-se no mesmo patamar dos profissionais, então a informação apurada, investigada é disseminada em milhares de blogs com o ponto de vista dos autores, fato é, que se o próprio veículo formal de comunicação já não é mais tão qualificado, o que esperar de quem ainda recorta o fato e ilustra em uma página de internet?
As crises do jornalismo afetam economicamente, politicamente e tecnicamente, os donos dos veículos são empresários e não jornalistas, pensam em ganhar dinheiro e não em informar com qualidade.
A busca pela audiência trouxe ao jornalismo mais publicidade, os jornais, revistas, sites, programas são um mix de bombardeio informacional com merchandising.
O espetáculo é o que importa, saber onde Bill Clinton praticou sexo com Monica Lewinsky é mais importante do que saber que ocorreu um terremoto no Japão.
Quem faz a notícia? Quem escolhe? Os jornalistas em geral dominam técnicas que possibilitam informar com qualidade, técnicas que podem transformar um fato em debate público, podem mudar a opinião das pessoas. Deveriam mudar o mundo, ao menos deveriam tentar mudar.
A sociedade capitalista consegue corromper o fato mais defasado da imprensa: a liberdade de expressão. O poder domina os veículos, e o poder quer ganhar dinheiro, o jornalista paga um preço caro por isso, escreve, apura, busca fatos novos e no fim o que sobra para o consumidor de mídia?
Seria culpa dos administradores e diretores? Ou do público que consome sem questionar?
Tanto se fala sobre o jornalismo atual, mas pouco se faz. Investidores estão em todo lugar, num dia são acionistas com poder de decidir em uma grande redação, se não der certo no outro dia o mesmo acionista do veículo de comunicação torna-se o investidor de uma empresa de salsichas enlatadas. Ou seja, o dinheiro define. O jornalista é mera ferramenta de trabalho para dar audiência, poderia ser tratado como uma marionete dos poderosos.
O curioso disso tudo é que o mesmo jornalista que cobre uma guerra, tempos depois pode estar ao vivo no ar para mostrar a dona Maria que acaba de saber que o filho foi assassinado por traficantes...E conta para ela no ar, para a mãe que perdeu o filho e para todo o país. Deve ouvir o diretor ao pé do ouvido: Filma ela chorando... Isso é jornalismo?

quinta-feira, 10 de junho de 2010

DOUTORES DO GOOGLE? QUESTÃO DE OPÇÃO

Nos dias atuais opinar na internet é tarefa fácil para qualquer pessoa que tenha acesso a rede, com a chegada dos blogs o usuário pode expressar suas críticas sobre um filme que tenha assistido, uma peça de teatro, um show, e ser lido por milhares de pessoas, ou seja, o usuário comum com o poder de influenciar as pessoas com a sua opinião.
Sites noticiosos, portais agora disputam audiência com blogs, no entanto tantas possibilidades podem trazer a tona várias discussões iniciadas por jornalistas, especialistas em cibercultura e pesquisadores interessados no assunto.
Pollyana Ferrari, no livro Hipertexto Hipermídia defende que muitas pautas nas redações são inspiradas em informações que foram encontradas em blogs, o que comprova que os blogueiros não são apenas julgados por críticos, mas servem como referência para muitos jornalistas que descobriram através desta novidade um espaço com fontes dispostas a falar e que contam histórias e divulgam opiniões sem que o jornalismo precise cobrar, escrevem porque gostam.
Entretanto, alguns autores descartam vantagens deste avanço comunicacional e acreditam que os amadores não devem ser comparados a profissionais, como o caso de Andrew Keen autor do livro O culto do amador, aonde discute a questão da chegada da internet e o quanto isso trouxe prejuízo para diversas indústrias, como a fonográfica ,por exemplo.
Keen acredita que a internet pode ser prejudicial a cultura em geral, e destaca que as próximas gerações serão constituídas por doutores do google e Wikipédia, ainda no livro cita exemplos de verbetes que em questão de 10 minutos sofreram diversas edições no conteúdo o que comprova que a eficiência da Wikipédia é na verdade falha.
Não se deve levar tudo ao extremo, a internet tem vantagens inestimáveis, o que Andrew Keen questiona muito é a questão dos direitos autorais, músicas que as pessoas baixam de graça causam prejuízo ao artista e as gravadoras, filmes, livros, seriados, tudo o que antes era vendido hoje se consegue de graça ao se fazer um download.
Segundo Douglas Kelnner as pessoas são classificadas como as que pensam e as que não pensam, entende-se que a mídia em geral, seja a televisão, um jornal ou um site de notícias, escreve o que quer, sempre com ideologias políticas e econômicas, mas o cidadão que consome isso têm a opção de acreditar ou de parar para pensar e criar um debate.
Assim como o que é cultura na televisão, o que pode ser considerado cultura na internet, pode ser útil para algumas pessoas, ou completamente fora de sentido para outras, basta a análise e reflexão de quem consome mídia, seja cultural, esportiva, política entre infinitos temas disponíveis na internet.
Independente do conteúdo as pessoas são livres para pensarem, opinarem, os que se incomodam com o excesso de opinião, com a facilidade de se propagar mensagens, deveriam pensar em si próprios, as pessoas tem o direito de se expressar, não importa se são especialistas ou amadores, se publicar informação na internet fosse sinônimo de textos com credibilidade a rede seria um oceano de informações qualificadas, mas assim como existem bons textos e conteúdos, também existem os ruins, é a lei da oferta e da procura, se um blog é ruim porque ler? Basta sair dele e acessar outro blog, ou um site produzido por profissionais.
Só o fato disso tudo virar pesquisa científica e virar livro, já demonstra que mesmo as pessoas que postam em blogs, opiniões já fazem diferença, se não fizessem ninguém estaria preocupado com o que se acrescenta na wikipédia.
Andrew Keen ainda diz em O culto do amador, que se distribuíssem computadores com acesso a internet para milhares de macacos e eles digitassem sem parar por vários dias, mesmo sem saber escrever, após alguns dias se alguém fosse parar para ler o conteúdo seriam descobertos macacos Einstein, macacos gênios, poetas , cientistas, o exemplo vem a tona em um capítulo onde o autor fala sobre essa possibilidade do amador se achar no mesmo patamar do profissional.
Discussões a parte, a internet está aí e já conquistou as pessoas, já está dando prejuízo para jornais, revistas, diretores de cinema, artistas, músicos, mas, assim como é prejudicial de um lado é um ganho cultural de outro.
As questões debatidas podem ser vistas sobre vários ângulos, se é certo confiar no google ou na wikipédia, se um cidadão qualquer pode formar opinião, se o profissional ainda é o ser que possui maior credibilidade, questões variáveis, se o leitor desconfia de uma informação na internet continua possuindo a opção de ler um livro, de apurar a informação em outro lugar, o que não pode é só julgar a internet como uma desculturizadora da humanidade.
Se todos possuem livre arbítrio, santa ingenuidade dos crédulos que crêem em tudo o que lêem por aí, bastaria continuar cultivando o hábito de pensar e pesquisar em outros meios além do google, mas o que é certo e errado é difícil julgar. Só Deus que sabe...

domingo, 11 de abril de 2010

A gramática, a mesma árida gramática, transforma-se em algo parecido a uma feitiçaria evocatória; as palavras ressuscitam revestidas de carne e osso, o substantivo, em sua majestade substancial, o adjectivo, roupa transparente que o veste e dá cor como um verniz, e o verbo, anjo do movimento que dá impulso á frase.

Charles Baudelaire

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Nunca escrevi sobre as portas

Sempre gostei de ouvir The doors, desde os 12 anos , se bem lembro, escutava Roadhouse blues quando estava na sétima série. Uma vez com 13 anos eu e uns 6 amigos de da mesma idade, saimos e fomos ao clube do comércio em Vacaria-RS, era a escolha da rainha do colégio São Francisco, chegamos todos fumando querendo parecer mais velhos.
Logo na portaria o segurança dispara: Voltem no domingo a tarde para o festival do refrigerante..Pareciamos os 7 anões no meio da multidão, até que um dos meus amigos resolveu dar um escândalo na portaria , dizendo que era sócio do clube, que tinha carteirinha, tinha direito de frequentar a hora que quisesse. A conversa funcionou e entramos, o lugar estava lotado , todo mundo mais alto, nós os "7 anões" achando que estavamos abafando.
Tive a sorte que o Dj era meu amigo e precisou ir ao banheiro, fiquei cerca de 7 minutos sozinho na mesa do DJ , então de uma hora pra outra tirei as músicas dance e larguei The doors para a galera, Roadhouse blues.. Depois que o DJ voltou ficou a noite inteira tocando músicas dance, estilo anterior ao que hoje toca em haves.
Fui em shows de boas bandas covers do The doors, uma em particular de Porto Alegre tem os integrantes da banda parecidos com os originais e excelente qualidade musical.
Bom, resolvi escrever este post para falar da minha admiração pelos portas, tenho 1 cd de coletâneas e um ao vivo que é raridade. Assisti o filme do Oliver Stone umas trezentas e cinquenta e sete vezes , li revistas com grandes reportagens, e um filme esquerdista sobre as mortes dos 3 J's: Janis Joplin, Jimy Hendrix e Jim Morrisson, o filme abordava a morte dos 3 como obra do governo que deu a entender que eles morreram de overdose, ou embriagados. No filme Janis Joplin teria sido envenenada ao ingerir Vodka com laranja em um café da manhã,obra de agentes secretos.Jim Morrisson neste filme teria simulado a própria morte e fugido para a Espanha, lugar onde se juntou a religiosos e morreu em 1976 de gripe espanhola.
Todas as versões para a morte do lagarto rei são suspeitas, mas independente de sua morte (ou não) suas músicas tem lugar garantido pela eternidade, aonde quer que se vá que uma banda toque Rock and Roll sempre tem aquele que grita : "Toca Doors!"


Em 2008 em uma casa de shows de São Paulo tive o prazer de subir no palco e cantar Love me Two times , longe de estar bom, mas todos gostaram. Viva Doors!



quinta-feira, 8 de abril de 2010

Eu queria aprender português

Diga coisas legais, faça coisas legais
navegue no irreal
navegue virtual
flutue astral
beba surreal
eu não sei escrever
sei ler
não sei contar
que um dia desses
eu vi matarem alguém
eu vi mas não vi
não sei se vi
talvez
não sei
ninguém viu
ou se viu
diz que não viu
Pra que arriscar
não vai adiantar
uma barata leu um texto
a barata opina
opina e palpita
igual uma velha senhora centenária
que não levanta mais
uma pedra gigante
a barata leu
e não gostou
ela não existe de verdade
deve ser um velho doutor
perdido no seu próprio tempo
sem aceitar que quem escreve sobre uma porta
fala o que vê da porta
outro vê a porta e a descreve de outra forma

ninguém entendeu
nem eu...

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Hoje eu vi um gato morrer atropelado

Hoje na frente da minha faculdade, estava eu e os colegas discutindo sobre um seminário.
Eis que um gato é atropelado na frente da faculdade, o carro não passou por cima, só bateu na cabeça dele.
O curioso foi a reação do corpo do gato, ele pulava em torno de 1,5m de altura com as 4 patas, e já estava inconsciente, ficou mais ou menos uns 30 segundos pulando até que caiu morto.
Minhas colegas gritavam para alguém salva-lo e eu sensivel como sou disse:
_Alguém filma isso!

O gato morreu coitado. Mas a cena dos pulos, essa vai ficar na memória.

quarta-feira, 31 de março de 2010

Mídia: Uma indústria de ilusões

Vou começar este post com o trecho de uma música bem famosa nos pampas gaúchos.

"Me chamam de grosso e eu não tiro a razão, eu reconheço a minha grossura. Mas sei tratar a qualquer cidadão, até represento que tenho cultura..."

Poucas pessoas não seguem tendências, não se encantam por modismos,a sociedade em geral adota novos comportamentos de acordo com a imposição da mídia.A novela do momento, a música que toca na rádio, o BBB, a chuva de São Paulo, a vida do jogador de futebol, as fotos da atriz que foi na praia no final de semana. Todos querem ver e saber o que está acontecendo.
A televisão mesmo com a chegada da internet, continua sendo o mais forte meio de comunicação existente, em termos de atingir audiência. Um minuto na televisão e o que foi dito é seguido por milhões de pessoas.
Temos como exemplo no jornalismo o caso Isabela, parte I e semana passada a parte II. Em 2008 foi o crime e em 2010 a sentença.E todo mundo assiste, vive este fato como se tivessem qualquer envolvimento com os Nardoni.
Enfim , a mídia mostra o que quer e as pessoas são obrigadas a assistir. Embora que a TV a cabo esteja ganhando milhares de adeptos, a programação também é feita com um único objetivo: O faturamento.
Ninguém se preocupa com a qualidade da programação, com o nível cultural dos telespectadores. A mídia precisa vender, e lança uma atriz famosa, que faz um comercial para uma grande marca, e, o mesmo comercial passa nas rádios e na internet, quem assiste não tem outra opção.
A TV dispersa a atenção e invade os momentos mais importantes da vida das pessoas, o momento de descanso, tempo em que se poderia ler um livro, pensar na vida, refletir, tempos invadidos por programas de baixa qualidade para enganar a população.
Os adolescentes são os que mais sofrem, principalmente os que vivem em grandes centros urbanos, São Paulo é um verdadeiro campo de pesquisa, se um dia o forró é o sucesso do momento todos ouvem forró. Semanas depois a moda é ouvir RAP, todos se vestem igual a rappers, roqueiros (tribo extinta nos dias atuais) ,as pessoas perdem a identidade em busca da ilusão.
Ilusão produzida pela mídia, grande voz. Ninguém faz nada, eles sempre vencem, a audiência a cada dia é maior e a inteligência menor.
O que importa é comprar a roupa igual a da novela, escutar as músicas do som do momento, ter a mesma opinião que todo mundo, ler as mesmas revistas, saber dos mesmos fatos, ir ao mesmo cinema para ver o filme indicado.
Somos sugados pela mídia, basta saber até quando?


PS1: Leia outro post sobre esse assunto:
http://estalodrops.blogspot.com/2009/05/todos-neuroticos.html

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Engenheiros do hawaii

O Exército de um homem só

Não importa se só tocam
O primeiro acorde da canção
A gente escreve o resto em linhas tortas
Nas portas da percepção
Em paredes de banheiro
Nas folhas que o outono leva ao chão
Em livros de historias seremos a memória dos dias que
virão
Se é que eles virão
Não importa se só tocam
O primeiro verso da canção
A gente escreve o resto sem muita pressa
Com muita precisão
Nos interessa o que não foi impresso
E continua sendo escrito à mão
Escrito à luz de velas quase na escuridão
Longe da multidão
Somos um exército, o exército de um homem só
No difícil exercício de viver em paz
Somos um exército, o exército de um homem só
Sem bandeira
Sem fronteiras
Pra defender
Pra defender
Não importa se só tocam
O primeiro acorde da canção
A gente escreve o resto e o resto é resto
É falsificação
Sangue falso, bangue-bangue italiano
Suíngue falso, turista americano
Livres desta historia, a nossa trajetória não precisa
explicação
E não tem explicação
Somos um exército,
(o exército de um homem só)
No difícil exercício de viver em paz.
Somos um exército
(o exército de um homem só)
Sem bandeira
Sem fronteiras para defender.


Não interessa o que o bom senso diz
Não interessa o que diz o rei
Se o jogo não há juiz
Não há jogada fora da lei
Não interessa o que diz o ditado
Não interessa o que o Estado diz
Nós falamos outra língua
Moramos em outro país
Somos um exército, o exército de um homem só
No difícil exercício de viver em paz
Somos um exército, o exército de um homem só
Todos sabem
Que tanto faz
Ser culpado
Ou ser capaz..
Tanto faz

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Ah! Os Relógios (Mário Quintana)

Ah! Os Relógios (Mário Quintana)

Amigos, não consultem os relógios
quando um dia eu me for de vossas vidas
em seus fúteis problemas tão perdidas
que até parecem mais uns necrológios...
Porque o tempo é uma invenção da morte:
não o conhece a vida - a verdadeira -
em que basta um momento de poesia
para nos dar a eternidade inteira.
Inteira, sim, porque essa vida eterna
somente por si mesma é dividida:
não cabe, a cada qual, uma porção.
E os Anjos entreolham-se espantados
quando alguém - ao voltar a si da vida -
acaso lhes indaga que horas são...

domingo, 10 de janeiro de 2010

> > *Eis aí a mais perfeita descrição do “veraneio” Gaúcho.*

> > *
> > Paulo Wainberg*
> >
> > Está chegando o verão e com ele o veraneio, como chamamos aqui no Sul.
> >
> > Não sei se vocês, de outros Estados, sabem, mas temos o mais
> > fantástico litoral do País: de Torres ao Chuí, uma linha reta, sem
> > enseadas, baias, morros, re-entrâncias ou recortes. Nada! Apenas uma
> > linha reta, areia de um lado, o mar do outro.
> >
> > Torres, aliás, é um equívoco geográfico, contrário às nossas raízes
> > farroupilhas e devia estar em Santa Catarina.
> >
> > Característica nossa, não gostamos de intermediários.
> >
> > Nosso veraneio consiste em pisar na areia, entrar no mar, sair do mar
> > e pisar na areia. Nada de vistas deslumbrantes, vegetações
> > verdejantes, montanhas e falésias, prainhas paradisíacas e outras
> > frescuras cultivadas aí para cima.
> >
> > O mar gaúcho não é verde, não é azul, não é turquesa.
> >
> > É marrom!
> >
> > Cor de barro iodado, é excelente para a saúde e para a pele! E nossas
> > ondas são constantes, nem pequenas nem gigantes, não servem para pegar
> > jacaré ou furar onda.O solo do nosso mar é escorregadio, irregular,
> > rico em buracos. Quem entra nele tem que se garantir.
> >
> > Não vou falar em inconvenientes como as estradas engarrafadas,
> > balneários hiper-lotados, supermercados abarrotados, falta de
> > produtos, buzinaços de manhã de tarde e de noite, areia fervendo,
> > crianças berrando, ruas esburacadas, tempestades e pele ardendo,
> > porque protetor solar é coisa de fresco e em praia de gaúcho não tem
> > sombra. Nem nos dias de chuva, quase sempre nos fins-de-semana,
> > provocando o alegre, intermitente, reincidente e recorrente coaxar dos
> > sapos e assustadoras revoadas de mariposas.
> >
> > Dois ventos predominam, em nosso veraneio: o nordeste – também chamado
> > de nordestão – e o sul, cuja origem é a Antártida.
> >
> > O nordestão é vento com grife e estilo... estilo vendaval.
> >
> > Chega levantando areia fina que bate em nosso corpo como milhões de
> > mosquitos a nos pinicar. Quem entra no mar, ao sair rapidamente se
> > transforma no – como chamamos com bom-humor – veranista à milanesa. A
> > propósito, provoca um fenômeno único no universo, fazendo com que o
> > oceano se coloque em posição diagonal à areia: você entra na água bem
> > aqui e quando sai, está a quase um quilômetro para sul. Essa distância
> > é variável, relativa ao tempo que você permanecer dentro da água.
> >
> > Outra coisa: nosso mar é pra macho! Água gelada, vai congelando seus
> > pés e termina nos cabelos. Se você prefere sofrer tudo de uma vez,
> > mergulhe e erga-se, sabendo que nos próximos quinze minutos sua
> > respiração voltará ao normal: é o tempo que leva para recuperar-se do
> > choque térmico.
> >
> > Noventa por cento do nosso veraneio é agraciado pelo nordestão que,
> > entre outras coisas, promove uma atividade esportiva praiana,
> > inusitada e exclusiva do Sul: Caça ao guardassol. Guardassol, você
> > sabe, é o antigo guarda-sol, espécie de guarda-chuva de lona, colorida
> > de amarelo, verde, vermelho, cores de verão, enfim, cujo cabo tem uma
> > ponta que você enterra na areia e depois senta embaixo, em pequenas
> > cadeiras de alumínio que não agüentam seu peso e se enterram na areia.
> >
> > Chega o nordestão e... lá se vai o guardassol, voando alegremente pela
> > orla e você correndo atrás. Ganha quem consegue pegá-lo antes de ele
> > se cravar na perna de alguém ou desmanchar o castelo de areia que, há
> > três horas, você está construindo com seu filho de cinco anos.
> >
> > O vento sul, por sua vez, é menos espalhafatoso. Se você for para a
> > praia de sobretudo, cachecol e meias de lã, mal perceberá que ele está
> > soprando. É o vento ideal para se comprar milho verde e deixar a água
> > fervente escorrer em suas mãos, para aquecê-las.
> >
> > Raramente, mas acontece, somos brindados com o vento leste, aquele que
> > vem diretamente do mar para a terra. Aqui no Sul, chamamos o vento
> > leste de ‘vento cultural’, porque quando ele sopra, apreendemos
> > cientificamente como se sentem os camarões cozinhados ao bafo.
> >
> > E, em todos os veraneios, acontece aquele dia perfeito: nenhum vento,
> > mar tranquilo e transparente, o comentário geral é: “foi um dia de
> > Santa Catarina, de Maceió, de Salvador” e outras bichices. Esse dia
> > perfeito quase sempre acontece no meio da semana, quando quase ninguém
> > está lá para aproveitar. Mas fala-se dele pelo resto do veraneio, pelo
> > resto do ano, até o próximo verão.
> >
> > Morram de inveja, esta é outra das coisas de gaúcho!
> >
> > Atenta a essas questões, nossa industria da construção civil,
> > conhecida mundialmente por suas soluções criativas e inéditas,
> > inventou um sistema maravilhoso que nos permite veranear no litoral a
> > uma distância não inferior a quinhentos metros da areia e, na maioria
> > dos casos, jamais ver o mar: os famosos condomínios fechados.
> >
> > A coisa funciona assim: a construtora adquire uma imensa área de terra
> > (areia), em geral a preço barato porque fica longe do mar, cerca tudo
> > com um muro e, mal começa a primavera, gasta milhares de reais em
> > anúncios na mídia, comunicando que, finalmente agora você tem ao seu
> > dispor o melhor estilo de veranear na praia: longe dela. Oferece
> > terrenos de ponta a ponta, quanto mais longe da praia, mais caro é o
> > terreno. Você vai lá e compra um.
> >
> > Enquanto isso a construtora urbaniza o lugar: faz ruas, obras de
> > saneamento, hidráulica, elétrica, salão de festas comunitário, piscina
> > comunitária com águas térmicas, jardins e até lagos e lagoas
> > artificiais onde coloca peixes para você pescar. Sem falar no ginásio
> > de esportes, quadras de tênis, futebol, futebol-sete, se o lago for
> > grande, uma lancha e um professor para você esquiar na água e todos os
> > demais confortos de um condomínio fechado de Porto Alegre, além de um
> > sistema de segurança quase, repito, quase invulnerável.
> >
> > Feliz proprietário de um terreno, você agora tem que construir sua
> > casa, obedecendo é claro ao plano-diretor do condomínio que abrange
> > desde a altura do imóvel até o seu estilo.
> >
> > O que fazemos nós, gaúchos, diante dessa fabulosa novidade? Aderimos,
> > é claro. Construímos as nossas casas que, de modo algum, podem ser
> > inferiores as dos vizinhos, colocamos piscinas térmicas nos nossos
> > terrenos para não precisar usar a comunitária, mobiliamos e equipamos
> > a casa com o que tem de melhor, sobretudo na questão da tecnologia:
> > internet, TV à cabo, plasma ou LSD, linhas telefônicas, enfim,
> > veraneamos no litoral como se não tivéssemos saído da nossa casa na
> > cidade.
> >
> > Nossos veraneios costumam começar aí pela metade de janeiro e terminar
> > aí pela metade de fevereiro, depende de quando cai o Carnaval. Somos
> > um povo trabalhador, não costumamos ficar parados nas nossas praias.
> > Vamos para lá nas sextas-feiras de tarde e voltamos de lá nos domingos
> > à noite. Quase todos na mesma hora, ida e volta.
> >
> > É assim que, na sexta-feira, pelas quatro ou cinco da tarde, entramos
> > no engarrafamento. Chegamos ao nosso condomínio lá pelas nove ou dez
> > da noite. Usufruímos nosso novo estilo de veranear no sábado – manhã,
> > tarde e noite – e no domingo, quando fechamos a casa.
> >
> > Adoramos o trabalhão que dá para abrir, arrumar e prover a casa na
> > sexta de noite, e o mesmo trabalhão que dá no domingo de noite.
> >
> > E nem vou contar quando, ao chegarmos, a geladeira estragou, o sistema
> > elétrico pifou ou a empregada contratada para o fim-de-semana não veio.
> >
> > Temos, aqui no Sul, uma expressão regional que vou revelar ao resto do
> > mundo: Graças a Deus que terminou esta bosta de veraneio!


ps: recebi por email
ps2:Sempre gostei mais de Florianópolis em SC, mas o autor retratou muito bem o veraneio gaúcho.