quinta-feira, 4 de junho de 2009

Jornalismo e o vôo 447

Desgraça alheia é bobagem, já não basta o avião ter caído, explodido, desaparecido, e agora os programas de televisão exploram o assunto com muito mal gosto. Explico: Desde segunda feira os jornais se esforçam em passar informações relevantes, falando o que está acontecendo, os procedimentos que estão sendo tomados, aonde estão os familiares das vitimas, como a Air France está agindo em relação a tragédia etc.
Certo a partir do fato e das buscas o assunto torna-se massante, então começam a surgir suítes (notícias relacionadas mas com outras diretrizes), como levar ao jornal especialistas que sugerem possíveis causas do acidente, detalhamento do modelo do avião, link com outros acidentes como o da Tam de 1996, o acidente da Gol com o Legacy em 2006 e o de congonhas em 2007.
Até aí acho que até faz sentido, agora o que vi no Hoje em dia, da Record já é um absurdo, cumulo da falta do que fazer, colocaram no programa uma mulher viuva de um homem que estava no vôo da Tam em 1996, ela contava detalhes de como ficou sabendo do acidente, reviveu ao vivo no programa todo o drama, chorou, enquanto os apresentadores ficavam olhando com aquela cara de interrogação para ela e o âncora com ar de quem estava louco pra fazer ela parar de falar, com certeza esperando pra entrar com o merchandising do programa.
Saber do hoje, do que realmente aconteceu de fato e linkar com outros acidentes, ok. Mas expor viuvas de 1996, fazer sensacionalismo a manhã inteira é cansativo, não sei o que é pior assistir isso, ou ver a Ana Maria Brega com seus discursos onde até parece ser solidária a alguma coisa.
Eu protesto! Protesto contra esses programas, o jornalismo formal e atuante e os rumos disso tudo!
Esqueci de comentar que reviveram também no programa o acidente dos Mamonas Assassinas, que pra quem não lembra já foi extremamente explorado no inicio do ano por todos os canais.
Qual o problema da TV hoje em dia? Porque na faculdade não nos ensinam a sermos futeis e irrelevantes nos jornais, deveriam... Já que nos veículos é isso o que nos transmitem.

Um comentário:

Unknown disse...

Aguardo que os novos jornalistas façam sua parte e não se vendam a troco da exploração da miséria humana.